Wednesday, June 18, 2008


HÁBITOS MENTAIS

(mudança de)

Desde que evoluir, se desenvolver, viver e vencer dependem do pensamento, porque dele provêm, é importante pensar de forma variável, substituindo pensamento incorreto por outro favorável. Como é do ser humano, temos o hábito de dizer que não sabemos discernir qual o pensamento ideal daquele outro que é pernicioso, mas basta que façamos uma avaliação sincera do que usamos de bengala para sustentar o já experimentado e perturbador, e descobriremos qual nos entorpece.

A princípio, a acomodação nos levará a repetir-nos e a não acreditar no êxito da experiência em formação. Cabe-nos, nesse caso, insistir e perseverar, procurando abrir espaço no campo mental viciado, plantando as sementes novas do otimismo e da esperança, a fim de sair do estado doentio. Logo depois, é imprescindível começar a valorizar tudo quanto se encontra à nossa volta, estabelecendo novos padrões de compreensão, assim libertando-nos das construções negativas, pessimistas e perniciosas.

O novo hábito irá se implantar lenta, mas continuamente no subconsciente, até tornar-se parte integrante do comportamento.

Pensar bem ou mal é uma questão de hábito. Toda vez que ocorrer um pensamento servil, doentio, perverso, malicioso, injusto, de imediato substituí-lo por um digno, saudável, amoroso, confiante, justo, sustentando-o com a onda de irradiação do desejo de que assim seja realizado. O que se pensa torna-se realidade, como é natural. Como imagina o homem em seu coração, assim ele é.

Eis por que pensar e agir são termos da mesma equação existencial.

Primeiro pensar, para depois agir, a fim de que não venha a agir antes, arrependendo-se quando passe a ponderar no ato realizado.

Thursday, June 12, 2008

Essa é um tapa com luva de boxe!


Depois de 21 anos de casado, descobri uma nova maneira de manter viva a chama do amor.
Há pouco tempo decidi sair com outra mulher
Na realidade foi idéia da minha esposa.
- Você sabe que a ama! - disse-me minha esposa um dia, pegando-me de surpresa.
A vida é muito curta, você deve dedicar um tempo especial a essa mulher...
- Mas, eu te amo!!! - protestei à minha mulher.
- Eu sei. Mas, você também a ama. Tenho certeza disto.
A outra mulher, a quem minha esposa queria que eu visitasse, era minha mãe, que já era viúva há 19 anos, mas as exigências do meu trabalho e de meus 3 filhos faziam com que eu a visitasse ocasionalmente.
Essa noite, a convidei para jantar e ir ao cinema.
- O que é que você tem? Você está bem? -perguntou-me ela, após o convite.
(Minha mãe é o tipo de mulher que acredita que uma chamada tarde da noite, ou um convite surpresa é indício de más notícias).
- Pensei que seria agradável passar algum tempo contigo - respondi a ela
- Só nós dois; o que acha?
Ela refletiu por um momento.
- Me agradaria muitíssimo - disse ela sorrindo.
Depois de alguns dias, estava dirigindo para pegá-la depois do trabalho, estava um tanto nervoso, era o nervosismo que antecede a um primeiro encontro...
E que coisa interessante, pude notar que ela também estava muito emocionada.
Esperava-me na porta com seu casaco, havia feito um penteado e usava o vestido com que celebrou seu último aniversário de bodas.
Seu rosto sorria e irradiava luz como um anjo.
- Eu disse a minhas amigas que ia sair com você, e ficaram muito impressionadas.
Comentou enquanto subia no carro. Fomos a um restaurante não muito elegante, mas, sim, aconchegante, minha mãe se agarrou ao meu braço como se fosse 'a primeira dama'.
Quando nos sentamos, tive que ler para ela o menu.
Seus olhos só enxergavam grandes figuras.
Quando estava pela metade das entradas, levantei os olhos; mamãe estava sentada do outro lado da mesa, e me olhava fixamente.
Um sorriso nostálgico se delineava nos seus lábios.
- Era eu quem lia o menu quando você era pequeno, - disse-me.
- Então é hora de relaxar e me permitir devolver o favor - respondi.
Durante o jantar tivemos uma agradável conversa; nada extraordinário só colocando em dia a vida, um para o outro.
Falamos tanto que perdemos o horário do cinema.
- Sairei contigo outra vez, mas só se me deixares fazer o convite disse minha mãe quando a levei para casa.
E eu concordei.
...
- Como foi teu encontro? - quis saber minha esposa quando cheguei naquela noite.
- Muito agradável... Muito mais do que imaginei...
Dias mais tarde minha mãe faleceu de um infarto fulminante, tudo foi tão rápido, não pude fazer nada.
Depois de algum tempo recebi um envelope com cópia de um cheque do restaurante de onde havíamos jantado minha mãe e eu, e uma nota que dizia: "O jantar que teríamos paguei antecipado, estava quase certa de que poderia não estar ali, por isso paguei um jantar para ti e para tua esposa. Jamais poderás entender o que aquela noite significou para mim. Te amo".
Nesse momento compreendi a importância de dizer a tempo: "TE AMO", e de dar a nossos entes queridos o espaço que merecem; Nada na vida será mais importante que Deus e as pessoas que você ama!!
Dedique tempo a eles, porque eles não podem esperar.

Sunday, June 08, 2008


Recebi essa carta por e-mail que, se não for verdadeira, no mínimo expressa a opnião de inúmeros brasileiros...


Que essa carta seja lida por todos, independente de religião, política, cor e condição social... redigida apenas como desabafo de uma brasileira que como o Lula, saiu do nada, mas não perdeu a humildade e nem a dignidade.

Bom dia Luiz Inácio,

Não lhe chamo de Dr. porque isso você não o é, muito menos de presidente porque não tenho obrigação nenhuma de chamar de algum título um boa-vida, cachaceiro, ignorante, amoral, ladrão e desmemoriado .

Sabe Luiz, tal como você também sou de origem humilde, minha mãe lavou muita roupa e fez muito crochê para me criar, depois minhas irmãs cresceram e foram ser tecelãs numa industria em Bauru...estudamos em escola pública, naquele tempo nem calçado tinha , ganhava roupas usadas e me sentia uma rainha.

Com muito custo estudamos Luiz Inácio, desde 5 anos eu já ajudava em casa para minhas irmãs trabalharem e minha mãe também. Com 12 anos comecei a trabalhar fora, doméstica, depois metalúrgica , até que terminei meu colégio e ingressei numa Universidade Pública.

Luiz Inácio, nunca fiz cursinho, nunca fui incentivada, levantava as 4 e ia dormir 1 da manhã, tomava vários ônibus, caminhei muito, comia pouco, vivia para os estudos, e engraçado, nunca perdi um ano, nunca perdi uma aula e Graças a Deus, em 1983 me formei em Medicina.
Me especializei, me casei e junto com meu marido luto para dar o melhor para as minhas filhas.
Hoje sou preceptora em uma Universidade, ganho tão pouco que é uma vergonha ser médico nesse país...depois que você quis brincar de presidente, as coisas pioraram ainda mais...mas o que se há de fazer.

Agora, vem cá:
Você é pobre e não teve condição de estudar???
Não me engana com esse rosário...mas não mesmo...
Sua mãe era analfabeta?
Empatamos; a minha também, eu ensinei a ela conforme ia me alfabetizando até aparecer o Mobral - desculpinha esfarrapada essa sua heim???
Eu engoli você esses 4 anos, com suas gafes, seus roubos, (e como sei de coisas...conheço o Palocci)...e sempre fiquei na minha, quieta porque é um direito seu...
Mas hoje, ao ligar a televisão e ver você, hipocritamente chamar a todos brasileiros de burros e incompetentes, lamento, mas foi a gota d'água! ...não julgue os outros por você...não me compare a sua laia ...
Sou apolítica, mas sou brasileira e em momento algum o senhor fez por merecer todo carinho que essa gente lhe dá.
Luiz Inácio, falar que o POVO BRASILEIRO NÃO TEVE INTELIGÊNCIA SUFICIENTE PARA DECIDIR A ELEIÇÃO , creia, foi a pior frase que você poderia ter dito...
Posso até concordar que 48% não teve inteligência porque vive na ignorância, na mesma que você julga que o povo brasileiro tem.

Eu só espero que essa sua frase, dita num sorriso de quem já tinha bebido todas...ecoe de Norte ao Sul do País e acorde esse povo que como eu lutou muito para chegar onde está...que como eu não agüenta mais pagar impostos para o senhor e sua corja gastarem com sabe-se lá o quê.
Foi mal Luiz Inácio...muito mal mesmo.
Uma brasileira.

DRA. MARISE VALÉRIA SANTOS (CRM 77.557)

Friday, June 06, 2008

Estava pensando nesses dias sobre os encontros e despedidas dessa vida. Um amigo de família que faleceu e deixou para trás 46 anos de um casamento feliz. Enquanto isso, conheço pessoas que se queixam da falta de homens e mulheres no "mercado". E quando digo falta, essas pessoas falam em cara metade, em alguém para casar e compartilhar a história de uma vida.

O problema é que ninguém admite públicamente que procuram um amor ou então esperam encontrar alguém pronto, feito e com a vida feita. Me lembrei da época em que as "baladas" aconteciam nas garagens do bairro e reuniam dezenas de pessoas que aguardavam ansiosamente a seleção de lentas. Bom partido tinha de ser pé de valsa, falar macio e ter muito charme.

Quantos namoros e até mesmo casamentos surgiram dessas danças à dois!

Hoje em dia está cada vez mais raro o pé de valsa; o falar macio é coisa suspeita e o charmoso é, apesar de lindinho, taxado de de gay. (e deixo bem claro que a conotação aqui não preconceituosa, apenas o que se ouve por aí porque, afinal, o gay não se interessaria pela hetero a não ser para amizade).

E pensando sobre o assunto, nas andanças e leituras afins, deparei-me com um texto atribuído a Arnaldo Jabour que traduz o que pensei em escrever (agora, se o texto não for dele, parabéns à quem o escreveu!). Eis o dito cujo:


Uma vez Renato Russo disse com uma sabedoria ímpar: “Digam o que disserem, o mal do século é a solidão”. Pretensiosamente digo que assino embaixo sem dúvida alguma. Parem pra notar, os sinais estão batendo em nossa cara todos os dias. Baladas recheadas de garotas lindas, com roupas cada vez mais micros e transparentes, danças e poses em closes ginecológicos, chegam sozinhas e saem sozinhas. Empresários, advogados, engenheiros que estudaram, trabalharam, alcançaram sucesso profissional e, sozinhos. Tem mulher contratando homem para dançar com elas em bailes, os novíssimos “personal dance”, incrível. E não é só sexo não, se fosse, era resolvido fácil, alguém duvída?

Estamos é com carência de passear de mãos dadas, dar e receber carinho sem necessariamente ter que depois mostrar performances dignas de um atleta olímpico, fazer um jantar pra quem você gosta e depois saber que vão“apenas” dormir abraçados, sabe essas coisas simples que perdemos nessa marcha de uma evolução cega. Pode fazer tudo, desde que não interrompa a carreira, a produção.

Tornamos-nos máquinas e agora estamos desesperados por não saber como voltar a “sentir”, só isso, algo tão simples que a cada dia fica tão distante de nós.
Quem duvida do que estou dizendo, dá uma olhada no site de relacionamentos ORKUT, o número que comunidades como: “Quero um amor pra vida toda!”, “Eu sou pra casar!” até a desesperançada “Nasci pra ser sozinho!” unindo milhares ou melhor milhões de solitários em meio a uma multidão de rostos cada vez mais estranhos, plásticos, quase etéreos e inacessíveis.
Vivemos cada vez mais tempo, retardamos o envelhecimento e estamos a cada dia mais belos e mais sozinhos. Sei que estou parecendo o solteirão infeliz, mas pelo contrário, pra chegar a escrever essas bobagens (mais que verdadeiras) é preciso encarar os fantasmas de frente e aceitar essa verdade de cara limpa.

Todo mundo quer ter alguém ao seu lado, mas hoje em dia é feio, demodé, brega.
Alô gente! Felicidade, amor, todas essas emoções nos fazem parecer ridículos, abobalhados, e daí? Seja ridículo, não seja frustrado, “pague mico”, saia gritando e falando bobagens, você vai descobrir mais cedo ou mais tarde que o tempo pra ser feliz é curto, e cada instante que vai embora não volta mais (estou muito brega!), aquela pessoa que passou hoje por você na rua, talvez nunca mais volte a vê-la, quem sabe ali estivesse a oportunidade de um sorriso à dois.

Quem disse que ser adulto é ser ranzinza? Um ditado tibetano diz que se um problema é grande demais, não pense nele e se ele é pequeno demais, pra quê pensar nele. Dá pra ser um homem de negócios e tomar iogurte com o dedo ou uma advogada de sucesso que adora rir de si mesma por ser estabanada; o que realmente não dá é continuarmos achando que viver é out, que o vento não pode desmanchar o nosso cabelo ou que eu não posso me aventurar a dizer pra alguém: “vamos ter bons e maus momentos e uma hora ou outra, um dos dois ou quem sabe os dois, vão querer pular fora, mas se eu não pedir que fique comigo tenho certeza de que vou me arrepender pelo resto da vida”.

Antes idiota que infeliz !
Arnaldo Jabour


E aqui, retomo meu pensamento e concluo:
Que saudade dos meus bailinhos de garagem, das seleções de lentas, dos programas de amor nas rádios (Love Songs, Old Times e por aí vai), dos locutores que eram comunicadores (categoria que felizmente fiz parte e história) e não apenas anunciadores de hora certa. Bons tempos de "idiotice"...

Wednesday, June 04, 2008

Outro dia minha irmã me relatou uma coisa engraçada. Um amigo em comum havia sido advertido a não jogar mais capoeira porque esta seria "vudu" ou "magia" ou coisa parecida. Fiquei perplexo com o fato de não se pesquisar as coisas. Eis o que argumentei:

Primeiramente, a capoeira surgiu da necessidade dos escravos treinarem sua luta sem que os senhores do engenho percebessem. Então fizeram a luta virar dança ao ritmo da macumba, que pra quem não sabe, é um ritmo e não uma religião ou seita. Diversas culturas, seitas e religiões se utilizam da macumba. Se pararmos para pensar, todo fevereiro temos muita macumba no Brasil ou, em outras palavras, carnaval!

Foi então que me ocorreu:
Se capoeira é magia, muitas outras manifestações culturais também o são! Algumas mais, outras menos explícitas. Por exemplo:

CARNAVAL
A história do carnaval começa no princípio da nossa civilização, na origem dos rituais, nas celebrações da fertilidade e da colheita nas primeiras lavouras, às margens do Nilo, há seis mil anos atrás.Os primeiros agricultores exerciam a capacidade humana, que já nas nas cavernas se distingiuia em volta da fogueira, da dança, da música, da celebração...

Foram na intenção da Deusa Isis, no Egito Antigo, as primeiras celebrações carnavalescas.Com a evolução da sociedade grega evoluiram os rituais, acrescidos da bebida e do sexo, nos cultos ao Deus Dionisus com as celebrações dionisíacas.Na Roma Antiga bacanais, saturnais e lupercais festejavam os Deuses Baco, Saturno e Pã. A Sociedade Clássica acrescenta ainda uma função política de distenção social às celebrações, tolerando o espírito satírico, a crítica aos governos e governantes nos festejos.

A civilização judaico cristã fundamentada na abstinência, na culpa, no pecado, no castigo, na penitência e na redenção renega e condena o carnaval e muito embora seus principais representantes fossem contrários à sua realização, no séc. XV, o Papa Paulo II contribuiu para a sua evolução imprimindo uma mudança estética ao introduzir o baile de máscaras quando permitiu que em frente ao seu palácio, na Via Lata, se realizasse o carnaval romano. Como a Igreja proibira as manifestações sexuais no festejo, novas manifestações adquiriram forma: corridas, desfiles, fantasias, deboche e morbidez. Estava reduzido o carnaval à celebração ordeira, de carater artístico, com bailes e desfiles alegóricos.

Depois do Egito, o primeiro, do segundo em Grécia e Roma Antigas e do terceiro, no Renascimento Europeu, particularmente em Veneza, o Carnaval encontra no Rio de Janeiro o seu quarto centro, resgatando o espírito de Baco e Dionisus.

E o nome carnaval?

Em Roma, em Glória ao deus Saturno, comemoravam-se as Saturnais.Esse festejos eram de tamanha importância que tribunais e escolas fechavam as portas durante o evento, escravos eram alforriados, as pessoas saíam às ruas para dançar. A euforia era geral. Na abertura dessas festas ao deus Saturno, carros buscando semelhança a navios saíam na "avenida", com homens e mulheres nus. Estes eram chamados os carrum navalis. Muitos dizem que daí saiu a expressão carnevale.

FUTEBOL

A "paixão nacional" remonta aos mesmos rituais, celebrações da fertilidade e da colheita nas lavouras, acrescido de outro ingrediente: a violência. Isso mesmo!
A data exata do surgimento do futebol é algo que ninguém pode afirmar com convicção. A ação de chutar algum objeto sempre esteve presente na história da humanidade, seja uma pedra, uma fruta ou até um crânio.

Jogos que utilizam os pés como instrumentos existem há milhares de anos - há registros que datam de 4.500 anos antes de Cristo. Exemplo disso é o kemari, criado no Japão, na época dos imperadores Engi e Tenrei. Os nobres da corte imperial praticavam o esporte em volta de uma cerejeira. O jogo consistia em tocar uma bola feita de fibra de bambu com os pés e as mãos. Sem espírito competitivo, era executado com delicadeza e habilidade. Lembrava mais uma encenação, sem haver uma pontuação.

Outro parente próximo do futebol é o Tsu-chu, que foi criado na China, por volta de 1.400 A.C. No Tsu-chu os praticantes tinham que passar uma bola por quatro metas de cada lado. A bola era bem pesada e o objetivo principal desse esporte era o treinamento militar; mas logo os nobres se interessaram pelo jogo e começaram a praticá-lo. Tornou-se uma atividade de lazer da nobreza. Só no século II, na época da dinastia Han, o futebol finalmente chegou ao povo.

Na Grécia antiga, homens e mulheres nus lambuzados com óleos aromáticos praticavam um esporte semelhante ao balé. Em praças ou em ginásios, os atletas conduziam a bola com movimentos harmoniosos, sensuais e com muito erotismo.

Na Roma dos grandes Imperadores, a violência regia o esporte chamado de Harpastum. Júlio César era um grande apreciador e incentivador desta modalidade, que era praticada pelas tropas do Imperador, entre uma batalha e outra. O objetivo era entreter e manter a forma física dos soldados, funcionando como treinamento para estas tropas. Para impedir o adversário de marcar um "gol", valia tudo menos matar o oponente. A violência era tanta, que após os treinos muitos homens morriam ou ficavam feridos. Há um relato de que num determinado dia, César ficou sabendo que "somente" 25 homens haviam morrido, no treino da manhã. Com isso, avisou ao general Spartacus que, se após o outro treino o número de mortos continuasse baixo, ele só iria permitir a prática do esporte para mulheres. No dia seguinte, para a felicidade do Imperador, o número de mortos aumentou para 47. É a primeira "pressão da diretoria" que se tem notícia, né?
Em Florença, na Idade Média, surgiu o Calccio Fiorentino, considerado o pai do futebol moderno. O jogo era realizado na Praça Della Signoria de Florença, entre duas equipes, que poderiam usar as mãos e os pés para movimentar a bola. A finalidade era conduzir a pelota até o reduto do adversário. Mas, como sempre, a violência era permitida, tolerada e incentivada...Com o "sucesso" do esporte, ele chegou a Roma (de novo!?) e era jogado em uma praça ao redor do Vaticano, tendo como praticantes os papas Clemente VII, Leão X, Urbano VIII e até Santo Agostinho (um possível motivo dos padres agostinianos serem incentivadores do futebol em suas escolas pelo mundo).

Na França, o Soule, semelhante ao Calccio Fiorentino, mas parente distante do futebol, atravessou fronteiras e chegou à Grã-Bretanha, onde evoluiu e aprimorou-se, chegando ao surgimento do rugby (semelhança com o harpastum não é mera coincidência). Este esporte violento tornou-se uma grande paixão, tendo como praticantes arruaceiros, brigões, sádicos e afins. A bola era apenas pretexto para a pancadaria que sempre se seguia. Ferimentos sérios e até mortes eram freqüentes. O critério do jogo era levar a bola da praça de uma cidade até a praça da cidade adversária. Quem chegasse primeiro até o recinto do inimigo era o vencedor. O rei Eduardo II acabou proibindo o jogo. Quem infringisse a ordem seria executado.

Já na metade do século XIX, este esporte evoluiu (sic) e começou a ser chamado de rugby. Entre os muitos clubes praticantes, na verdade restritos às universidades que abraçaram a prática, alguns preferiam jogar a bola com os pés, chamando-o de football. Doze clubes, ou associações, adeptos ao jogo com os pés, marcaram uma reunião para tomar uma decisão: queriam praticar um esporte menos violento e com regras mais definidas que as do rugby.

No encontro que ocorreu na cidade de Londres, em 26 de outubro de 1863, os clubes criaram a Football Association e adotaram as regras que haviam sido criadas pela Universidade de Cambridge. Ficou descidido que cada equipe teria no máximo onze e no mínimo sete jogadores. No decorrer dos anos a demais regras foram introduzidas e aprimoradas como, por exemplo, goleiro, tamanho do gol, juíz, etc.

Resolvi citar apenas dois exemplos entre tantos para justamente levar à reflexão e instigar a pesquisa histórica a fim de que não saimos por aí atirando pedras no telhado alheio pois, como podemos observar, o nosso pode ser de vidro não é mesmo ? Afinal, capoeira, carnaval, futebol, artes marciais, ritmos e tradições quase sempre tem o mesmo passado comum...

Fontes pesquisadas: History Channel, Discovery, sites diversos